Nova variante da HIV está circulando em três estados do Brasil
Uma nova variante do HIV foi identificada em amostras de sangue de pacientes soropositivos através de um estudo.
Uma nova variante do HIV foi identificada em amostras de sangue de pacientes soropositivos em três estados do Brasil: Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Bahia. O estudo, conduzido pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), foi publicado na revista científica "Memórias do Instituto Oswaldo Cruz". Esta descoberta aponta para a circulação da variante recombinante CRF146_BC, que mistura os tipos B e C do vírus.
Surgimento da nova variante por coinfecção
Os cientistas acreditam que a nova variante tenha surgido devido a uma coinfecção, onde os tipos B e C do HIV infectaram simultaneamente a mesma célula. Esse processo levou à formação de uma nova combinação genética. A análise revelou que as amostras de diferentes regiões do Brasil são geneticamente conectadas, sugerindo que a variante já está amplamente disseminada no país.
Predominância do subtipo C na nova variante
Embora os subtipos B e C do HIV sejam responsáveis por 80% das infecções no Brasil, com o subtipo B sendo o mais comum, a nova variante CRF146_BC é majoritariamente composta por material genético do tipo C. Este fato sugere que o subtipo C possui vantagens adaptativas ou replicativas que podem influenciar sua predominância.
Impacto no tratamento antirretroviral
Apesar da descoberta da nova variante, os especialistas afirmam que não há necessidade de mudanças imediatas no tratamento antirretroviral. Segundo a pesquisa, não existem evidências significativas de que as diferentes variantes do HIV-1 respondam de maneira distinta à terapia existente. No entanto, novos estudos serão necessários para avaliar as diferenças na transmissão e progressão da infecção.
Importância da vigilância e monitoramento
Desde a década de 1980, mais de 150 combinações entre variantes do HIV foram identificadas globalmente. A descoberta da CRF146_BC pede que continuem esforços de vigilância e monitoramento das variantes do HIV, a fim de controlar a disseminação do vírus e melhorar as estratégias de tratamento e prevenção.