Atletas passam mal após triatlo no Rio Sena nas Olimpíadas em Paris
Controvérsias sobre a qualidade da água do Rio Sena marcam o triatlo nas Olimpíadas de Paris, com atletas enfrentando problemas de saúde após a competição
O Rio Sena tem sido um ponto controverso nas Olimpíadas de Paris. Recentemente, a prova masculina de triatlo foi adiada devido à poluição da água. A atleta belga Jolien Vermeylen expressou sua insatisfação com as condições da água após a competição feminina na quarta-feira (31). Vermeylen relatou ter visto e sentido "coisas" indesejáveis enquanto nadava e criticou a organização por não priorizar a segurança dos atletas.
"Enquanto nadava sob a ponte, senti e vi coisas que não deveríamos pensar muito. O Sena está sujo há cem anos, então não podem dizer que a segurança dos atletas é prioridade. Isso é besteira. Se a corrida não tivesse acontecido, teria sido uma vergonha para a organização, Paris e a França. Era agora ou nunca, e eles também não podiam cancelar completamente", desabafou Vermeylen em entrevista ao canal belga VTM, segundo o The Sun.
Apesar de tentar evitar beber a água, Vermeylen não conseguiu e recorreu a probióticos para se proteger. "Bebi muita água. Vamos saber amanhã se estou doente ou não. Não tem gosto de Coca-Cola ou Sprite, é claro", afirmou.
Jolien terminou a prova em 24º lugar.
Nadar no Sena era proibido há mais de um século devido à má qualidade da água, mas foram investidos mais de 1 bilhão de euros no projeto de descontaminação do rio. Em maio, a Associação Surfrider apontou que os níveis da bactéria E.Coli ainda estavam acima dos padrões exigidos pela Federação Internacional de Natação, especialmente perto da ponte Alexandre III, no coração de Paris.
Em um esforço para aliviar as preocupações, a ministra francesa dos Esportes, Amélie Oudéa-Castéra, e a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, mergulharam no Sena dias antes dos Jogos Olímpicos.
Apesar dos esforços, vários atletas passaram mal durante o triatlo, incluindo o canadense Tyler Mislawchuk, que vomitou próximo à linha de chegada, e o medalhista de prata Hayden Wilde, da Nova Zelândia, que desmaiou após a prova.
O único brasileiro participante ficou na décima posição, a melhor colocação já alcançada por um triatleta do Brasil, mas descreveu sua qualificação como "uma porcaria" após a prova.