Na última semana de junho, um artigo publicado no The New England Journal of Medicine, considerado um dos períodos médicos mais respeitados do mundo, relatou o caso de uma jovem diagnosticada com sérios problemas no pulmão. O estudo foi publicadno na Medscape.

A paciente de 19 anos, que não teve o nome revelado pelo artigo, desenvolveu uma lesão pulmonar grave, causada pelo uso de cigarro eletrônico, aparelho de fumo popular entre os grupos mais jovens.

Em seus primeiros sintomas, a garota precisou ser atendida em um pronto-socorro após apresentar febre alta, tosses, calafrios e falta de ar. Após uma bateria de exames, os resultados apontaram, opacidades, semelhantes a um vidro fosco, em seu pulmão.

Rapidamente, a garota foi diagnosticada com pneumonia bacteriana, entretanto, os médicos estranharam o desenrolar do caso, quando os antibióticos indicados para uso demonstraram ineficácia. 

Com isso, a garota precisou voltar ao hospital, relatando falta de ar “angustiante” e apresentando 39ºC de febre e sinais de baixa oxigenação no sangue. Após novos exames, a moça foi diagnosticada com lesão pulmonar induzida por vaporização (EVALI).

A suspeita dos médicos veio apenas momentos depois, quando a paciente informou fazer o uso de cigarro eletrônico: “Quando questionada pelo pneumologista sobre o uso de tabaco, a paciente relatou ter usado cigarros eletrônicos do namorado no último mês”, conta a equipe. 

O que é essa lesão?

A lesão pulmonar induzida por vaporização (EVALI), é um quadro utilizado para descrever doenças respiratórias, causadas principalmente por efeitos tóxicos de produtos químicos, consumidos por vaporização. 

De acordo com o artigo médico, a doença pode ser inicialmente confundida com uma gripe comum, uma vez que seus sintomas são similares. Após o diagnóstico, a paciente foi orientada a interromper o uso do cigarro eletrônico.

A equipe responsável aponta, ainda, que grande parte dessas lesões são causadas por esses aparelhos: “A maioria dos pacientes hospitalizados com lesões pulmonares associadas ao cigarro eletrônico ou produtos de vaporização precisarão de internação na unidade de terapia intensiva e, muitas vezes, de ventilação mecânica”.