Jovem com “pior dor do mundo”, quer sair do Brasil pra cometer eutanásia
Carolina Arruda sofre de neuralgia do trigêmeo, condição que causa "a maior dor do mundo" e não tem cura
Carolina Arruda, uma estudante de veterinária de 27 anos, enfrenta uma batalha diária contra a neuralgia do trigêmeo, uma condição extremamente dolorosa que ela descreve como "a pior dor do mundo". Diagnosticada aos 16 anos, Carolina vive com uma dor intensa no lado esquerdo do rosto, levando-a a considerar a eutanásia como uma opção para encerrar seu sofrimento.
Residente em Bambuí (MG), Carolina decidiu buscar assistência fora do Brasil, pois tanto a eutanásia quanto o suicídio assistido são considerados crimes no país. Ela iniciou uma campanha online para arrecadar fundos e planeja realizar o procedimento na Suíça, onde a prática é legalizada e regulamentada.
Carolina compartilhou sua busca por paz e alívio da dor contínua que a incapacita de realizar atividades diárias. Ela expressou sua frustração com as limitações legais brasileiras que impedem o acesso a uma morte digna para pessoas que sofrem de doenças incuráveis e debilitantes como a dela.
Atualmente, Carolina enfrenta desafios legais e emocionais enquanto busca uma solução para sua situação angustiante.
Bélgica, Canadá, Colômbia, Holanda e Luxemburgo são exemplos de países onde o procedimento é legalizado, no entanto, há condições específicas para a sua realização, como existência de doença incurável, sofrimento exacerbado e altos índices de dores, mediante comprovação médica.
A Holanda foi o primeiro país a aprovar a eutanásia, em 2002, para pacientes com sofrimento físico ou mental profundo.
No Brasil, a eutanásia é proibida e, caso praticada, pode ser considerado homicídio doloso, ou seja, quando há intenção de matar. A pena para este crime é de até 20 anos de reclusão.
Entenda o caso
Aos 16 anos, Carolina sentiu as dores no rosto pela primeira vez enquanto estava com sua avó. "Foi semelhante a um choque, uma facada. Na hora, eu não conseguia falar nada, só gritava e chorava."
Ela sofre de neuralgia do trigêmeo, condição crônica associada a uma disfunção ou lesão do nervo trigêmeo, que causa uma dor considerada "a pior do mundo".
"Eu sinto dor 24 horas por dia. Nos últimos dois anos, piorou muito. Só consigo ficar em pé por alguns minutos, não consigo trabalhar ou estudar. Meu marido é quem me dá banho."