SBT "passa o rodo" em equipe, promove cortes e demite diretores em reestruturação
O SBT vem passando por um processo de reestruturação interna e, com isso, está demitindo diretores e funcionários mais antigos da emissora
O SBT, uma das maiores emissoras de televisão do Brasil, está passando por uma grande reestruturação interna, com demissões que têm afetado importantes executivos e profissionais. Na última terça-feira, 1º de outubro, a emissora anunciou o desligamento de Ariel Jacobowitz, diretor que atuava na empresa há 20 anos e era responsável por atrações como o "Programa da Eliana". Esse movimento faz parte de uma estratégia da emissora para reduzir os gastos e ajustar seu quadro de funcionários.
Além de Jacobowitz, na segunda-feira, 31 de setembro, foi divulgada a saída de Murilo Fraga, diretor de planejamento de programação, que estava no cargo há 15 anos, mas acumulava 38 anos de trabalho no SBT. Fraga era uma figura-chave na organização da grade de programação da emissora, contribuindo para consolidar o sucesso da empresa ao longo das décadas. Segundo nota oficial do SBT, o executivo escolheu se dedicar a novos projetos pessoais.
Essas demissões vêm após o desligamento de Fernando Pelegio, que havia deixado o SBT em 2022, após atuar como diretor de planejamento artístico e de criação desde 2010. A emissora de Silvio Santos está ajustando sua folha de pagamento, começando pelas funções de maior salário, a fim de enfrentar o cenário econômico atual e garantir a sustentabilidade de sua operação. Ao todo, mais de 30 funcionários já foram demitidos nas últimas semanas.
As mudanças não estão restritas aos cargos de direção. Recentemente, o programa matinal "Chega Mais" apresentou baixos índices de audiência, com média de 2,1 pontos no Ibope na Grande São Paulo, o que resultou na demissão de quase 20 profissionais da produção. A baixa audiência e o elevado custo operacional foram alguns dos fatores que impulsionaram a decisão da emissora.
O SBT segue uma tendência que tem sido observada em outras grandes emissoras brasileiras, como a TV Globo. Nos últimos anos, a Globo adotou uma política de redução de gastos ao encerrar contratos fixos de diversos artistas veteranos e passar a utilizar acordos por obra, que oferecem maior flexibilidade tanto para a emissora quanto para os artistas. A medida, agora seguida pelo SBT, visa a cortar altos salários e permitir que os profissionais negociem trabalhos em outras plataformas e emissoras.
A reestruturação do SBT ocorre em um momento delicado, após o falecimento de seu fundador, Silvio Santos, em agosto deste ano. Aos 93 anos, o apresentador e empresário morreu devido a complicações de uma broncopneumonia causada pelo vírus da Influenza. A emissora, fundada por Silvio na década de 1970, agora está sob o comando de suas seis filhas, que assumiram a gestão dos negócios familiares.