A plataforma de mídia social X, anteriormente conhecida como Twitter, está em processo de restabelecimento de seus serviços no Brasil, após um período de bloqueio imposto pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão de suspender o acesso ao X ocorreu no final de agosto e foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes. Segundo o ministro, a plataforma estaria sendo utilizada por grupos denominados “milícias digitais” para disseminar mensagens de ódio e desinformação.

Fontes próximas ao caso, que pediram anonimato, confirmaram à agência Reuters que o X está se movendo para cumprir as exigências legais impostas pelo STF, a fim de retomar suas operações no país até a próxima segunda-feira, 30 de setembro. Entre as condições, está a apresentação de documentos que comprovem a nomeação de um novo representante legal no Brasil, como exigido pela legislação brasileira.

Desde o bloqueio, a plataforma enfrentou diversas repercussões no Brasil. Os escritórios do X no país foram fechados, resultando na demissão de funcionários, inclusive o representante legal da empresa, o que violou uma regra do país que exige a presença física de um representante. Essa situação intensificou a já tensa relação entre a empresa e o STF, que vê o cumprimento dessa lei como uma medida essencial para garantir a regulação das atividades das plataformas digitais no Brasil.

Na semana passada, os advogados que representam a plataforma informaram ao STF que a empresa já havia nomeado um novo representante legal no país. Contudo, o tribunal apontou que os documentos apresentados eram insuficientes para comprovar a aptidão da indicada para atuar em nome da empresa, resultando em um adiamento na decisão sobre o desbloqueio.

A expectativa é que o X, agora sob nova gestão legal no Brasil, tenha o acesso liberado em breve, possibilitando que os usuários voltem a utilizar a plataforma de forma regular. A situação, entretanto, destaca o embate entre redes sociais e os tribunais, especialmente no que diz respeito à moderação de conteúdo e ao combate à desinformação, tema cada vez mais relevante no cenário político e digital.

Apesar do momento turbulento, o X continua sendo uma das principais plataformas de mídia social globalmente, com milhões de usuários ativos diários. O futuro da empresa no Brasil, no entanto, dependerá de como ela responderá às demandas judiciais e de que forma abordará a questão da disseminação de conteúdo inapropriado em sua plataforma.