Família de homem que morreu em UPA exige justiça após cenas chocantes
Familiares e moradores estão indignados com o caso de José Augusto, que morreu aguardando atendimento em uma UPA
A morte de José Augusto Mota da Silva, de 32 anos, enquanto aguardava atendimento em uma cadeira da UPA da Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, gerou indignação entre familiares e moradores. O caso ocorreu na noite de sexta-feira (13) e foi registrado em vídeos compartilhados por pacientes que presenciaram a cena. Nas imagens, é possível ouvir testemunhas reclamando sobre a demora no atendimento e a gravidade da situação.
Segundo Emily Larissa Souza Mota, de 19 anos, sobrinha de José Augusto, o homem sofria de gastrite e vinha enfrentando problemas de saúde desde abril deste ano, de acordo com uma reportagem espcial do UOL sobre o caso, publicada neste domingo (15).
Na última quarta-feira (11), ele relatou à irmã, Meiriane, que sentia dores intensas no estômago e marcou uma consulta em uma clínica da família. Na sexta, com o agravamento do quadro, ele pediu ajuda a um vizinho para ir ao hospital, onde acabou falecendo.
Cena horrorizou a família de José Augusto
A sobrinha descreveu o horror da família ao receber a notícia por meio dos vídeos que circularam nas redes sociais. “Ficamos horrorizados e vamos buscar justiça. Ele foi tratado pior do que um bicho. A prefeitura não nos deu explicação alguma, tudo o que sabemos é pelo vídeo”, declarou Emily. Ela ainda revelou que precisou viajar ao Rio para reconhecer o corpo e levá-lo a Mogi Guaçu (SP), cidade natal da família, para o sepultamento.
Morador do Rio desde 2011, José Augusto trabalhava como artesão, garçom e funcionário de uma loja de materiais de construção.
Ele vivia sozinho em Rio das Pedras, na Zona Oeste da cidade. Emily relatou ainda a dificuldade de contar sobre a morte ao avô de José Augusto, que também passou horas aguardando atendimento em uma UPA em Mogi Guaçu no mesmo dia, com febre alta e suspeita de dengue.
A prefeitura do Rio anunciou que está investigando o ocorrido, mas a causa da morte ainda não foi divulgada, aguardando o laudo do Instituto Médico-Legal (IML). A família exige esclarecimentos e justiça pelo que considera um descaso que custou a vida de José Augusto.