Homem é forçado pela Justiça a interromper buscas de 12 anos por 8 mil bitcoins, prejuízo de R$ 4,5 bilhões
A companheira de James Howells descartou os bitcoins por engano em 2013, e desde então ele vinha tentando recuperar o valioso bem
Sabe aquela agonia de perder algo muito importante? Agora, imagine que o objeto valha mais de 4 bilhões de reais. Pois esse é o drama vivido por James Howells, que ganhou destaque na imprensa por sua busca incansável de 12 anos por um disco rígido perdido em um aterro sanitário. O objeto em questão continha 8 mil bitcoins, uma quantia equivalente a mais de 700 milhões de euros.
Se em euros o prejuízo é de 700 milhões, em reais, este valor é avaliado em R$ 4,5 bilhões. Mas agora, a busca de James terá que chegar ao fim. Isso porque, neste mês de janeiro, um juiz da cidade britânica de Newport decidiu impedir que ele continue as buscas no aterro.
Segundo o site Fortune, a autoridade concluiu que James não teria "nenhuma perspectiva realista de sucesso", caso continuasse escavando o terreno, e que essa atitude já estaria infringindo normas ambientais da região. "A reivindicação não teria nenhuma perspectiva realista de sucesso se fosse a julgamento e não há outra razão convincente pela qual deveria ser resolvida no tribunal", disse um trecho da decisão.
Desesperado, James teria oferecido dividir o valor com a cidade, caso recuperasse o disco rígido, além de pagar do próprio bolso pela escavação. No entanto, o juiz manteve a proibição devido às licenças ambientais. A autoridade também esclareceu que o objeto valioso se tornou propriedade da cidade assim que entrou no aterro sanitário: "Considero que os detalhes da reivindicação não mostram nenhum motivo razoável para trazer este caso", disse outro trecho da decisão.
Ação prescrita, fim das buscas
A lei citada pelo juiz é a Lei de Controle de Poluição de 1974 de Newport, País de Gales, que garante que qualquer objeto entregue à autoridade do aterro torna-se propriedade do aterro.
Howells tentou buscar alternativas, mas o conselho municipal argumentou que a escavação do aterro poderia liberar substâncias nocivas e representar sérios riscos à saúde pública e ao meio ambiente. Para realizar as buscas, seria necessário escavar de 10 a 15 mil toneladas de lixo em uma área de 2 mil metros quadrados. Para fazer a escavação, James precisaria de uma nova licença ambiental, que está sendo negada desde 2013. Agora, após mais de seis anos do prazo de prescrição, a ação foi arquivada e ele não poderá fazer nada a respeito.
Como o disco rígido com 8 mil bitcoins foi parar no aterro?
James Howells contou que, em 2013, colocou por acidente um laptop, com sua carteira de Bitcoin, em um saco preto no corredor de sua casa. Sem saber, sua companheira na época entendeu que o saco estava com lixo e o descartou.