Funcionário se recusa a participar de culto religioso no trabalho e é demitido

Trabalhador entrou na Justiça alegando que foi demitido após recusar participar de culto religioso em empresa de seguros

Um trabalhador denunciou ter sido demitido pela Loovi Seguros, em Belo Horizonte, após se recusar a participar de um culto religioso dentro da empresa. O caso veio a público depois que um vídeo gravado pelo próprio funcionário viralizou nas redes sociais, mostrando o desentendimento com o presidente da companhia, Quézide Cunha.

Como aconteceu a demissão por causa do culto religioso?

No vídeo, o presidente da empresa afirma: "Se você quiser ser humilde e ficar todos os dias nos cultos...". O funcionário responde: "Eu só não estou me sentindo bem de participar hoje". Em seguida, Cunha declara: "Se você não está bem para ficar num culto, você não está bem nem para estar dentro da empresa".

O caso ocorreu em 27 de janeiro, mas ganhou atenção nacional após a divulgação do vídeo no fim de semana. O g1 tentou entrar em contato com a empresa, mas não obteve retorno.

Religião foi o motivo da demissão de funcionário - Foto: Pixabay

Defesa de trabalhador se manifesta

Segundo a defesa do ex-funcionário, a Loovi Seguros adota uma cultura organizacional que impõe práticas religiosas, incluindo a interrupção das atividades para cultos semanais.

"Demonstra total descaso com a liberdade religiosa", afirmou a defesa. No processo, o trabalhador relata que recusou o convite para o culto por estar passando mal e, logo depois, foi demitido da empresa. A primeira audiência foi marcada para março no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), e o caso também foi levado para o Ministério Público do Trabalho (MPT).

Empregador demitiu funcionário por causa de culto na empresa - Foto: Redes Sociais

Outros problemas descobertos

Além do processo trabalhista, a Loovi Seguros é alvo de investigação da Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor), que denunciou a empresa ao governo federal por possíveis irregularidades. A entidade acusa a companhia de propaganda enganosa e de operar sem autorização da Superintendência de Seguros Privados (Susep).

Em nota, a Fenacor declarou: "A ação irregular desta empresa inclui massiva propaganda enganosa, induzindo e mantendo o consumidor em erro, conforme prevê o Código de Defesa do Consumidor". A Susep informou que recebeu a denúncia em 28 de janeiro de 2025 e que o caso será analisado dentro dos parâmetros legais. O órgão regulador destacou que a decisão final será tomada em até 30 dias, podendo haver prorrogação.

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