Altamente presentes na vida de muitas pessoas, os dispositivos tecnológicos oferecem inúmeras facilidades no dia a dia. No entanto, o uso excessivo dessas ferramentas pode resultar em um fenômeno recente conhecido como nomofobia.
A situação se caracteriza pelo impacto negativo do uso excessivo de tecnologias nas relações pessoais, sociais e profissionais. Essa dependência pode se manifestar como uma necessidade compulsiva e muitas vezes injustificada de usar smartphones.
A transformação digital dos últimos anos desempenha um papel significativo nesse quadro. Antes utilizados esporadicamente, dispositivos como computadores e celulares agora estão disponíveis a todo momento e fazem parte do cotidiano de uma grande parte da população.
A diversidade de ferramentas e plataformas online permite que a tecnologia seja empregada tanto para lazer quanto para trabalho, o que acaba por borrar a linha entre esses usos e intensificar a dependência digital.
De acordo com o relatório "State of Mobile" da Data.AI, o Brasil é o quinto país com maior uso de smartphones no dia a dia. A pesquisa revela que os brasileiros passam, em média, 5 horas diárias no celular. O Brasil fica atrás apenas da Indonésia, Tailândia, Argentina e Arábia Saudita, que lideram o ranking global.
Nomofobia
A nomofobia, um termo derivado da expressão em inglês "no-mobile-phobia", refere-se ao medo irracional de ficar sem o celular. Este distúrbio multifatorial é marcado por uma ansiedade intensa, que pode interferir profundamente na rotina do indivíduo e provocar um estado de ansiedade digital.
De acordo com Roberto James, mestre em psicologia e especialista em comportamento do consumidor, a nomofobia é um transtorno que afeta tanto o aspecto físico quanto mental da pessoa. Esse transtorno pode impactar significativamente a vida diária de quem sofre com ele.
Como identificar a Nomofobia
Reconhecer os sinais de dependência é crucial para lidar com a nomofobia. Os sintomas mais comuns associados a esse transtorno incluem:
- Sensação constante de que o celular está tocando ou vibrando, mesmo sem notificações ou chamadas;
- Taquicardia ou sudorese ao perceber que esqueceu ou perdeu o aparelho;
- Angústia, mau humor ou irritação quando não há sinal de internet;
- Dificuldade em reduzir o tempo de conexão.
- O especialista ressalta que, ao identificar qualquer um desses sinais, é aconselhável buscar ajuda profissional para enfrentar o problema.
Como enfrentar a Nomofobia
Para muitos, o celular pode parecer uma extensão do próprio corpo, tornando difícil a separação. Nesses casos, pode ser necessário buscar ajuda especializada para lidar com o problema.
Entre as abordagens para o tratamento estão estratégias de redução de danos e técnicas de autorregulação no uso dos dispositivos. Com o tratamento adequado, é possível recuperar a autonomia e restabelecer uma relação saudável com o mundo digital.
Para os jovens, é recomendado que o tratamento seja acompanhado por controle parental, o qual pode ser essencial para enfrentar a questão de forma eficaz.
“A função de um smartphone não é desenvolver dependência no indivíduo. É preciso lembrar os pontos positivos dessa tecnologia, como aproximar pessoas e obter informações em tempo real”, disse Roberto.