Para evitar ligações de telemarketing, muitas pessoas usam a ferramenta “Não Me Perturbe”, que foi implantada em 2019 e que permite que ligações abusivas de empresas sejam bloqueadas. No entanto, usuários ainda vêm recebendo essas chamadas com grande frequência mesmo usando esse recurso, o que gera dúvidas sobre se o sistema ainda funciona.
Entre as ligações excessivas, estão também as chamadas robocalls, que são aquelas que a pessoa atende, mas ninguém fala e a ligação cai. Em uma entrevista concedida para o g1, Luciano Saboia, diretor de telecomunicações da consultoria IDC, explicou o motivo de as pessoas continuarem recebendo ligações mesmo usando a ferramenta.
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Ele apontou que esse recurso é muito útil, mas acaba sendo burlado por alguns sistemas: “O 'Não Me Perturbe' é eficiente na aplicação para as operadoras tradicionais de telecomunicações brasileiras, e também para os call centers brasileiros sérios e de grande porte, mas há caminhos alternativos que vêm de fora e acabam pulando esses filtros", detalhou.
Ari Lopes, especialista em telecomunicações da empresa Omdia, afirmou que esse problema acontece mundialmente: “Essas ligações (excessivas) são um problema nos EUA, no Canadá e na Coreia do Sul, para citar alguns países. E, em cada um deles, existe uma abordagem diferente”.
O governo brasileiro tenta resolver esse problema, com a instalação do programa "Stir Shaken", que ainda está em fase de implementação. “É uma solução que visa autenticar a identidade do chamador e aumentar a segurança das comunicações telefônicas”, apontou Luciano Saboia.
Recomendações para ligações excessivas
Enquanto não há uma solução para o problema dessas chamadas abusivas, o site do “Não Me Perturbe” tem uma dica: “Para não receber ligações de telemarketing de empresas não participantes ao "Não Me Perturbe", efetue o bloqueio diretamente no seu celular através da agenda ou aplicativo específico de sua preferência”.
A Anatel também faz orientações para os consumidores: “Caso não haja uma solução para o problema, recomenda-se acionar a ouvidoria da prestadora e, se necessário, utilizar o número do protocolo de atendimento para registrar uma reclamação na Anatel”.