As mudanças climáticas vêm causando diferentes tipos de impactos para a natureza. Belém, por exemplo, tem sofrido com constantes quedas de árvores nas principais ruas da capital do Pará. Pensando na questão de manutenção e cuidados com a arborização, um professor da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) criou uma tecnologia que é capaz de medir ocos em árvores.
O objetivo é descobrir a quantidade de cavidades que se formaram naturalmente no tronco ou galho das árvores, para que possam ser adotadas medidas que ajudem na manutenção da estrutura das mesmas, evitando novas quedas.
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Eduardo Saraiva, professor e engenheiro florestal, teve a iniciativa depois de ter uma aprovação de patente pelo Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI). Ele falou sobre como surgiu o projeto: “O dispositivo medidor de diâmetro de oco de árvores partiu da necessidade de tornar a decisão sobre o corte de árvores no manejo florestal”.
“Atualmente, a avaliação do oco em áreas de manejo florestal é realizada pelos operadores de motosserra, que tomam a decisão com base na experiência. O dispositivo partiu da premissa em apresentar mais um parâmetro para a equipe técnica da atividade”, prosseguiu.
O professor também falou que a tecnologia tem o objetivo de ajudar na sustentabilidade e afirmou que a presença do oco influencia na qualidade da madeira: “O operador usa o sabre da motosserra para fazer a perfuração e, observando o oco, decide se a árvore deve ou não ser derrubada. O aparelho não vai decidir pelo técnico responsável se derruba a árvore ou vai prever a queda desta, mas sim dar subsídios para o profissional tomar uma decisão unindo a avaliação de outros parâmetros já conhecidos”.
Eduardo disse ainda que essa tecnologia “representa o reconhecimento do esforço para o desenvolvimento de um equipamento prático para o campo, que pode ser utilizado em diferentes condições dentro ou fora da floresta”. Ele também falou sobre a importância de buscar alternativas: “Com as dificuldades que se tem em caminhar na floresta e procurar as árvores, não se pode ter um equipamento que apresente dificuldade nesse percurso, além da facilidade em seu uso na obtenção da resposta que se busca”.
Quedas de árvores em São Paulo
Para se ter uma noção da gravidade do problema ambiental, um estudo publicado na revista científica “Urban Forestry & Urban Greening” apontou que cerca de 2 mil árvores caiam por ano, apenas na capital de São Paulo.