A disputa entre a IBA (Associação Internacional de Boxe) e o COI (Comitê Olímpico Internacional) intensificou-se nesta sexta-feira. A IBA, que atualmente não é reconhecida pelo COI, anunciou que pagará o prêmio de campeã olímpica à italiana Angela Carini.
Carini, que competiu na categoria até 66 kg, foi derrotada em apenas 46 segundos pela argelina Imane Khelif. Khelif havia sido reprovada em testes de gênero realizados pela IBA no ano passado, mas foi autorizada pelo COI a competir em Paris.
Após a repercussão da derrota de Carini, a IBA aumentou a tensão com o COI ao anunciar um prêmio de 50 mil dólares (cerca de R$286,5 mil) para a italiana, que abandonou a luta com menos de um minuto por conta de dores no nariz.
De acordo com a IBA, o prêmio total para os campeões olímpicos é de 100 mil dólares (aproximadamente R$573 mil), sendo 50 mil para a atleta, 25 mil para a federação nacional e 25 mil para o treinador.
"Não podia ignorar as lágrimas dela. Não sou indiferente a essas situações, e posso garantir que protegeremos cada pugilista. Não entendo por que estão prejudicando o boxe feminino. Apenas atletas elegíveis devem competir no ringue por questões de segurança," declarou o presidente da IBA, Umar Kremlev, em declaração publicada no site oficial da entidade.
A argelina foi desclassificada do Campeonato Mundial de Boxe do ano passado após testes de DNA revelarem a presença de cromossomos XY. Pouco tempo depois, o COI decidiu permitir sua participação em Paris.
Imane Khelif, se classificou para a final do boxe feminino, na categoria até 66kg, durante as Olimpíadas de Paris de 2024.