Paracetamol pode deixar pacientes mais “inconsequentes”, afirma estudo

De acordo com especialistas, remédio pode deixar consumidores sem “noção de perigo”

Um estudo realizado por pesquisadores e publicado na revista Social Cognitive and Affective Neuroscience, alertou sobre os perigos do consumo do remédio paracetamol, usado comumente no tratamento de dores e febres.

De acordo com a publicação, o uso do remédio pode alterar as percepções de perigo de um paciente, deixando-o assim mais suscetível a viver situações de riscos. A pesquisa foi realizada com 500 universitários estadunidenses.

Em um teste experimental, os alunos foram divididos em grupo, onde uma parte tomou uma dose única de 1.000 mg de paracetamol e a outra parte ingeriu placebo. Em seguida, eles foram direcionados a um jogo, onde precisavam encher um balão na frente de um computador.

Conforme o balão ia ficando maior, a tela do aparelho mostrava maiores quantidades de um dinheiro imaginário. O objetivo da brincadeira era garantir a maior quantia possível, entretanto, se o balão estourasse, o participante era eliminado.

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Uso de medicamente pode fazer com que pacientes se arrisquem mais. Imagem: Canva

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Resultados dos testes

Conforme os participantes eram eliminados, os pesquisadores notaram que a grande maioria dos eliminados pertenciam ao grupo que havia utilizado o paracetamol.

Em um formulário respondido pelos voluntários, esse mesmo grupo demonstrou encarar certas situações de adrenalina, como pular de bungee jump, como algo menos arriscado.

De acordo com os especialistas, a razão para que esse fenômeno ocorra está nos efeitos do remédio. O paracetamol reduz a emoção da ansiedade, algo que pode ter sido sentido pelo grupo que tomou o placebo, e permanecendo calmo, a possibilidade de se arriscar aumenta.

Ainda que a pesquisa apresente indícios, ainda não é possível afirmar com todas as letras que o paracetamol deixa seus pacientes “inconsequentes”. Para Baldwin Way, neurocientista da Universidade Estadual de Ohio, são necessários mais estudos: “Realmente precisamos de mais pesquisas sobre os efeitos do paracetamol e de outros medicamentos vendidos sem receita médica nas escolhas e nos riscos que corremos”.

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