Terminar um relacionamento nunca é fácil e para o público mais jovem, isso pode gerar traumas que marcam o restante de sua vida e até mesmo possíveis namoros futuros. As informações são de um estudo realizado pela Universidade Stellenbosch e publicado, originalmente, na revista The Conversation.
Em sua pesquisa, o grupo responsável pelo estudo aponta que a fase jovem adulta, entre os 18 e os 25 anos, é um momento crucial durante o crescimento de qualquer pessoa, uma vez que é marcada pelo desenvolvimento do cérebro e formação das áreas associadas ao funcionamento cognitivo e emocional.
Em meio a inúmeras questões decisivas como futuro profissional e convívio familiar, o término de um relacionamento amoroso também pode gerar grandes impactos, ocasionando até mesmo baixa no rendimento acadêmico, pensamentos intrusivos quanto ao ex-parceiro e até mesmo o luto.
De acordo com a pesquisadora Alberta SJ van der Watt, uma das cabeças do projeto, apesar do fim de relacionamentos entre jovens ser visto como algo banal e corriqueiro, ele deve ser levado de maneira mais séria. Este é, inclusive, um dos motivos que torna a questão ainda mais dramática.
Com base em definições do Manual Diagnóstico e Estatístico (DSM-5), que classifica
os níveis de transtorno de estresse pós-traumático, os estudiosos apontaram que o fim de relações amorosas também pode se encaixar como evento potencialmente traumático.
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Como a pesquisa foi realizada?
Para realizar o estudo, foram necessários mais de 2 mil voluntários, todos divididos em três grupos. No primeiro grupo, foram colocados 886 participantes que relataram sintomas de estresse pós-traumático após o término de um relacionamento do tipo.
Já no segundo, 592 participantes foram colocados juntos, com base em um endossamento que apontavam um evento traumático definido pelo DSM-5, como agressão física e sexual. No terceiro e último grupo, 44 participantes foram unidos após apresentarem sintomas de estresse pós-traumático após vivenciar eventos estressantes (como mudança de casa ou divórcio dos pais).
Com isso, os cientistas realizaram um questionário como subgrupos de cada um dos conjuntos, onde realizaram exames cerebrais e buscaram entender quais áreas do cérebro eram ativadas a cada estímulo das perguntas.
Em pontos destaques, 36 participantes do Grupo 1 (grupo de separação) avaliaram fotos de seus parceiros. Já 15 participantes do Grupo 2 (grupo de traumas), avaliaram fotos de agressão física ou sexual. No Grupo 3, 28 participantes avaliaram imagens desconfortáveis, como crianças brincando em água poluída.
Ao analisarem os resultados, os pesquisadores notaram uma atividade parecida do cérebro quando compararam a reação dos participantes que reagiram a fotos de seus ex-companheiros, com as dos participantes que avaliaram imagens de agressão sexual.
Desta forma, a pesquisa indica que o término de um namoro ou casamento também podem ser classificados como uma possível ameaça à saúde mental. Validar essas experiências como eventos pós-traumáticos seria uma forma de zelar por seus impactos na vida de uma pessoa.