Um dos maiores artistas da Música Popular Brasileira acaba de completar 80 anos, marcando uma história repleta de canções memoráveis e que mudaram a história do país, confirmando o legado de Chico Buarque, assim como a dupla Chrystian & Ralf.
Cantor, compositor e escritor, Chico não se destaca apenas no ramo musical, se tornando um nome exemplar no âmbito da literatura e do teatro. Sua história começa em 19 de junho de 1944, no Rio de Janeiro.
Relembre a trajetória do famoso
Batizado como Francisco Buarque de Hollanda, Chico era filho de um sociólogo com uma pianista e, apesar de ter nascido no Rio, se mudou para São Paulo com dois anos, antes de viver em Roma, na Itália, sempre em contato com a arte.
Ao completar 15 anos, o garoto prodígio surpreendeu a todos ao compor sua primeira música, a “Canção dos Olhos”. Durante esse período Chico era fortemente influenciado por ritmos brasileiros, como o samba, marchinhas e pelo artista João Gilberto.
Na época em que escreveu sua primeira composição, o cantor ainda vivia na Itália e só voltou ao Brasil em 1963. Foi neste período onde se lançou, oficialmente, na música, com a canção “Tem Mais Samba”.
Recomendados para você
Três anos depois, em 1966, Chico lança seu primeiro disco, que levava seu próprio nome e contava com clássicos como “A Banda” e “Sonho de um Carnaval”. Seu reconhecimento com o público, entretanto, veio apenas quando se apresentou em um festival de música popular conhecido na cidade, o “Balanço do Orfeu”.
No evento, que premiava a melhor canção, o compositor se apresentou com a já citada “Tem Mais Samba”, mas não conquistou o primeiro lugar ao perder para um nome também conhecido entre os brasileiros: Elis Regina.
Ainda que tenha perdido, essa foi a partida inicial de Chico para o sucesso entre os ouvintes, uma vez que, um ano depois, o rapaz voltou ao festival e ganhou a premiação da noite ao se apresentar com “A Banda”. Agora, sendo um nome forte da MPB, Buarque viu a oportunidade de expandir suas visões artísticas.
Por isso, em 1967, estreou na carreira de ator e dramaturgo, protagonizando longas como “Garota de Ipanema” e atuando na peça “Roda Viva”, que foi escrita pelo próprio.
Luta na Ditadura Militar
Além de ser um exímio artista, Chico também foi uma das principais vozes contra a censura vivida na Ditadura Militar. Ao lado de nomes como Maria Bethânia, Caetano Veloso e Geraldo Vandré, atingiu um novo patamar de composição ao lançar canções que criticavam o regime que viviam, sem que os militares no comando notassem a ambiguidade, como “Cálice” e “Construção”.
O famoso também precisou usar de pseudônimos como Julinho de Adelaide para evitar ser “reconhecido”. Nesta mesma época, assinando como Chico, lançou a canção “Apesar de Você”, que à primeira vista, parece falar sobre a dor de conviver com uma mulher mandona e autoritária, mas que na realidade, era uma alusão à ditadura.
A música tornou-se tão famosa que chegou a passar, inicialmente, despercebida pelo controle de censura. Quando seu verdadeiro significado foi entendido, a canção foi censurada por 8 anos.
Se tornando cada vez mais uma voz ativa na causa, Chico passou a ser perseguido por ameaçado por militares da época e, como uma forma de se preservar, precisou se auto exilar na Itália.