Boni, nome que se tornou sinônimo de inovação na televisão brasileira, não poupou críticas ao Big Brother Brasil (BBB) em uma entrevista recente. Aos 89 anos, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, ex-diretor da Globo e pai de Boninho, atual responsável pelo reality, afirmou nunca ter assistido ao programa e revelou sua preferência por conteúdos que considera mais relevantes.

Em conversa com Maurício Meirelles no canal Achismos, no YouTube, Boni foi direto ao ponto: "Nunca gostei do BBB, desde o começo, mas não é pelo programa em si. Acho besteira o que aquelas pessoas dizem, muitas vezes estimuladas pelo álcool. Eu preferia um texto do Dias Gomes [1922-1999] porque eles me dizem alguma coisa mais útil".

A declaração surpreende, já que o formato foi trazido para a Globo por seu filho, Boninho, e se tornou um dos maiores sucessos da emissora.

Boni defende uma TV diferente

Apesar de reconhecer o sucesso global do reality, Boni defendeu que faria algo diferente. "Eu faria outro divertimento, mas sei que o programa é um sucesso enorme no mundo inteiro. O Boninho sempre fez o melhor Big Brother do mundo. Muitas vezes ele discutia com a Endemol porque queria fazer diferente, coisas que deram certo. Agora esse negócio de dupla não deu certo", comentou.

Sobre a relação profissional com o filho, Boni revelou que evita discutir televisão. "Temos um acordo. Boninho é muito competente e um profissional extraordinário. Não falamos de televisão porque não pensamos da mesma forma", disse.

Ele destacou que prefere manter o foco em assuntos familiares: "Às vezes ele está certo, eu estou errado, e a minha maneira de olhar é sempre o que não tem. Então, é diferente. A gente toma um vinhozinho, fala de família, de viagem, temos essa afinidade. Mas de televisão não vamos falar, porque podemos ter um desencontro de ideias".

Boni também expressou preocupação com o papel da televisão na sociedade atual. "A televisão tem que ter responsabilidade e cuidado, porque crianças assistem. A população está diminuindo a qualidade, e a culpa é da televisão. No nosso tempo de televisão, o que fazíamos de música? E o que a televisão faz hoje? A televisão tem a obrigação de prestar serviço", concluiu.