Tudo sobre o fenômeno que deixou o mar vermelho e assustou turistas na Argentina
Os banhistas devem tomar cuidado ao entrar no mar das cidades atingidas já que o fenômeno pode causar problemas de saúde, de forma indireta
O verão tem levado muitas pessoas para as praias de Mar del Plata, um grande ponto turístico da Argentina, mas nos últimos dias, as áreas litorâneas ficaram vazias por causa de um fenômeno que assustou os turistas e moradores. O mar ficou com uma cor vermelha em algumas regiões e intrigou os comerciantes locais, levando várias hipóteses sobre o que realmente aconteceu.
O motivo é que houve uma intensa proliferação de algas marinhas, conhecidas como Mesodinium rubrum. Apesar de essas algas não serem tóxicas, elas podem causar o aumento de outros organismos que podem causar problemas para a saúde.
Entre os problemas causados por essa proliferação, estão a redução de oxigênio na água, o que pode causar problemas para os animais que vivem no mar, além da hipóxia, que é um processo de diminuição da oxigenação nos tecidos ou órgãos de um animal.
Outro fator preocupante é que esse microrganismo serve de alimento para o Dinophysis, que é uma microalga que produz toxinas perigosas. Elas podem se acumular em frutos do mar, representando riscos de consumo à saúde humana.
Especialistas apontam que a maré vermelha é um evento considerado comum, especialmente durante o verão, mas não é normal que elas apareçam em grandes volumes como está sendo no caso de Mar del Plata.
Fenômeno impulsionado por fortes ventos
De acordo com pesquisadores, a grande aparição dessas algas foi impulsionada por ventos fortes do Nordeste, que deslocaram os microrganismos para praias centrais de Mar del Plata. Vale lembrar que a situação é monitorada pelas autoridades para evitar problemas de saúde.
Ricardo Silva, pesquisador do plâncton marinho, do Instituto Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Pesqueiro (Inidep), concedeu uma entrevista para a mídia local e explicou o fenômeno: “Houve mais chegadas. Essas chegadas vêm ocorrendo desde 2000 , mas não todo verão. Em alguns anos, máquinas foram usadas para extraí-los e estamos estudando esta necessidade”, destacou.