Um estudo pioneiro realizado pela Universidade de Aberystwyth, no País de Gales, fez grandes descobertas sobre as cabras. Segundo a pesquisa, a espécie consegue processar informações e resolver testes de memória melhor do que ovelhas e alpacas.
Objetivos da pesquisa
Durante a pesquisa com cabras, ovelhas e alpacas, os cientistas realizaram testes de diferentes níveis para avaliar, principalmente, a capacidade dos animais de entender que os objetos ainda existem, mesmo quando não estão mais visíveis – uma habilidade útil para rastrear membros de rebanhos ou predadores em um ambiente natural.
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Em um dos testes, os animais tiveram a missão de encontrar itens escondidos sob copos e receberam recompensas alimentares quando acertaram. Como resultado, as cabras tiveram mais sucesso.
“Este estudo é o primeiro a comparar diretamente as habilidades cognitivas de várias espécies de gado domesticado. Descobrimos que as cabras demonstraram a maior capacidade de entender que os objetos ainda existem, mesmo quando estão escondidos – isso pode estar ligado à necessidade delas de serem mais seletivas em seus hábitos alimentares. Também pode ser um sinal de maior consciência ambiental das cabras, em comparação com ovelhas ou alpacas”, afirmou em comunicado uma das autoras da pesquisa, Megan Quail.
Conclusão dos pesquisadores
A pesquisadora ressaltou que a habilidade de encontrar outras cabras ou predadores pode ser uma adaptação útil para esses animais, principalmente em áreas de vegetação densa. Da mesma forma, a habilidade de rastrear e reconstruir mentalmente a posição de estímulos dentro de um contexto de forrageio pode ser uma adaptação útil para uma maior eficiência alimentar.
O trabalho também concluiu que as três espécies estudadas têm a capacidade de distinguir entre grandes e pequenas quantidades de comida e são igualmente incapazes de entender diferentes categorias de formato. No entanto, as cabras foram superiores no desempenho em uma tarefa que testou a memória espacial com baldes de comida.
“Essas descobertas têm implicações importantes sobre como esses animais são manejados, como pastam juntos ou separados e como se adaptam a novos ambientes”, disse a pesquisadora Mariecia Fraser. “Esperamos que essa visão inicial sobre as capacidades cognitivas de espécies alternativas de gado, como cabras e alpacas, seja útil no desenvolvimento de pesquisas futuras que explorem os processos que afetam a distribuição do pastoreio em espécies com diferentes preferências alimentares”, concluiu.