Pesquisadores da Universidade de Cingapura, da Agência Nacional de Pesquisa e Inovação da Indonésia e da Universidade Nacional do Vietnã descobriram uma nova espécie de inseto marinho gigante após analisar amostras adquiridas de pescadores no Vietnã. O estudo foi publicado na quarta-feira (15) na revista ZooKeys.
Pertencente ao gênero Bathynomus, a nova espécie foi batizada de Bathynomus vaderi, em homenagem a Darth Vader da saga Star Wars, devido à semelhança de sua cabeça com o icônico capacete do personagem.
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Uma descoberta ao acaso
O crustáceo foi descrito pelos pesquisadores da Universidade de Cingapura após ser adquirido em mercados de Hanói, capital do Vietnã. Desde 2017, pescadores têm vendido o animal, que pesa mais de um quilo.
Os pesquisadores ficaram intrigados com a dimensão e as peculiaridades estruturais do animal. A estrutura cefálica do crustáceo lembra o capacete de Darth Vader, com placas rígidas e linhas bem definidas reforçando a semelhança.
Hábitos de um habitante das profundezas
O B. vaderi habita as profundezas do mar da China, onde as condições extremas influenciam seu crescimento. Esses crustáceos alimentam-se de matéria orgânica em decomposição, comportamento similar ao dos piolhos-de-madeira encontrados em terra.
Parente dos tatuzinhos de jardim, o B. vaderi cresce muito mais do que seus equivalentes terrestres. As águas frias e pobres em alimento contribuem para o gigantismo, forçando essas espécies a acumular grandes reservas de energia para sobreviver e desenvolver uma estrutura robusta para suportar a pressão do fundo do mar.
A nova espécie se distingue das outras 20 do gênero Bathynomus pelas diferenças nas estruturas da cauda e das bordas do corpo. Algumas outras baratas-da-praia podem atingir o dobro do tamanho da espécie recentemente descoberta.
Ameaças à preservação
Desde 2017, pescadores vietnamitas têm se especializado em capturar esses animais de águas profundas para vendê-los como iguarias exóticas em restaurantes, onde são vendidos por mais de 40 dólares o quilo (aproximadamente 250 reais).
Os pesquisadores alertam que a pesca intensiva e a exploração dos recursos marinhos colocam esses crustáceos em situação vulnerável. Eles enfatizam a necessidade de regulamentos rigorosos para a pesca em águas profundas e de maior investigação sobre a fauna das profundezas marinhas.