Caçulinha, músico do “Domingão do Faustão”, morre aos 86 anos

Despedida do mestre: Caçulinha, lenda da música brasileira e ícone do 'Domingão do Faustão', falece aos 86 anos deixando um legado inesquecível

O maestro e compositor Rubens Antônio da Silva, conhecido como Caçulinha, faleceu aos 86 anos na madrugada desta segunda-feira (5). Ele estava internado há mais de uma semana no hospital Sancta Maggiore, em São Paulo, recuperando-se de um infarto.

Caçulinha foi uma figura marcante na televisão brasileira, atuando por mais de 20 anos ao lado de Faustão. Ele se tornou nacionalmente conhecido ao fazer a trilha sonora do programa "Domingão do Faustão", na Rede Globo, de 1989 até 2009.

Um multi-instrumentista talentoso, Caçulinha gravou mais de 30 discos ao longo de sua carreira. Em 1986, apresentou o programa "Caçulinha entre Amigos", na Bandeirantes, e também participou do programa "Perdidos na Noite".

O velório do músico será na Capela do Cemitério São Paulo, em Pinheiros, na zona oeste da capital paulista, das 11h às 15h. O sepultamento será às 16h, no mesmo local.

Quem era Caçulinha

Nascido em São Paulo, em 1938, Caçulinha veio de uma família musical. Seu pai, Mariano de Silva, foi um destacado compositor sertanejo cuja influência é eternizada em um museu em Piracicaba, no interior de São Paulo.

Desde cedo, Caçulinha demonstrou um talento excepcional, herdando o nome artístico do irmão e formando a primeira dupla sertaneja a gravar um disco no Brasil. Aos 8 anos, já era reconhecido como um prodígio musical, capaz de reproduzir qualquer melodia na sanfona.

Ele e sua irmã Wanda, também cantora, formaram uma dupla mirim que conquistou espaço no renomado programa de rádio "Clube Papai Noel", apresentado por Homero Silva.

Com uma carreira rica e variada, Caçulinha estudou acordeón com o mestre Eddy Meirelles e, após a morte do tio, formou a dupla Mariano & Caçulinha na Rádio Bandeirantes. Durante essa fase, a dupla se associou ao Circo do Nhô Pai, conhecido por suas contribuições à música regionalista brasileira, viajando por todo o Brasil por uma década.

Aos 20 anos, Caçulinha já dominava piano, violão, acordeón e clavieta, apresentando-se em boates na noite paulistana. Formou o "Regional do Caçulinha", um grupo que se destacou em festivais de música na TV Record e no programa "Fino da Bossa", comandado por Elis Regina e Jair Rodrigues.

Ao longo de sua carreira, Caçulinha acompanhou grandes nomes da música brasileira, como Elis Regina, Luiz Gonzaga, Roberto Carlos e Caetano Veloso. Sua contribuição inclui participações marcantes em sucessos como "O Bêbado e a Equilibrista" e "Lamento Sertanejo".

Ele também participou de diversos programas de televisão, incluindo "Essa Noite se Improvisa", "Bossaudade" e "Domingão do Faustão", onde foi parceiro de Fausto Silva de 1989 a 2015, além de colaborar com Ronnie Von no programa "Todo Seu".

Com uma discografia de 31 LPs, seu mais recente trabalho foi lançado em novembro de 2019, celebrando 60 anos de carreira na música e na televisão. O legado de Caçulinha será lembrado por sua dedicação à arte e pelo impacto duradouro que teve na cultura brasileira.

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